AN UNIVERSITY ASSIGNMENT
THAT BECAME A PUBLISHED BOOK
THE PROJECT
This was my degree-completion assignment, on the last year of my Graphic Design course at UEMG. It was one of those rare moments where you get to be your own boss, on every aspect of a project . I chose to build a book from the ground up – cover, logo, layout and illustrations. I even ended up translating the original text (more on that later). I picked up Alice in Wonderland as the story I was going to build on. My choice was a bit uninformed, based solely on a admiration I had for the characters and the general mood of this tale. But boy, is there more to it than just characters and mood! Turns out I was unaware (as almost everyone is, nowadays) of the huge amount of hidden puns, jokes and meanings of the original text, mostly because they only made sense back in the Victorian days. Those hidden meanings became the core of the whole project.
O PROJETO
Este foi meu projeto de conclusão de curso, no último ano de minha formação como desidgner gráfico na UEMG. Esse tipo de trabalho é um dos raros momentos onde você pode ser seu próprio chefe, em todos os aspectos de um projeto. Resolvi construir um livro do zero – capa, logo, layout e ilustrações. Acabei até traduzindo o texto (explico adiante). Escolhi Alice no País das Maravilhas como a história que eu iria trabalhar. Minha escolha foi um bocado desinformada, baseada apenas em uma admiração que tinha pelos personagens e pelo clima da história. Mas é impressionante como essa história é muito mais do que personagens e clima! Eu ignorava (como quase todo mundo, hoje em dia) a quantidade de trocadilhos, piadas e significados do texto original, já que tudo isso só fazia sentido na Era Vitoriana. Estes significados ocultos se tornaram o núcleo do meu projeto.
BEHIND ALICE
POR TRÁS DE ALICE
SOME MORE META-EASTER-EGGS
MAIS ALGUNS META-EASTER-EGGS:
Likewise, the Mock Turtle also owns it’s name to an expression from the past. In the Victorian days, eating turtle soup was a common habit of the most wealthy layers of society. It was an expensive dish. Those who couldn’t afford it got by with “mock turtle soup”, a cheaper version, made with often-discarded parts of a catle calf, like the head and the hooves. Therefore, the illustrated creature has a calf’s head, and soup spoon legs.
Da mesma forma, a Tartaruga Falsa deve seu nome a uma expressão do passado. Na era vitoriana, comer sopa de tartaruga era um hábito comum na alta sociedade. Era um prato caro. Quem não podia custeá-lo, se virava com “sopa de tartaruga falsa”, uma versão mais barata, feita com partes normalmente descartadas de um novilho, como cabeça e cascos. Daí, a criatura ilustrada possui cabeça de novilho, e pernas de colher de sopa.
TIPOGRAPHY AND AESTHETICS
A Victorian Times Inspired Layout
Aesthethics
The whole aesthethics was based on Victorian Era visuals. Those times are known for the indiscriminate use of ornaments. Objects, architecture and interiors often featured mixed and widely different styles . Trying to synthesize it, I saw the following constants: lots of geometric lines, lots of organic lines, and in both cases, lots of parallel lines. Illustrations also had lots of parallel lines, i.e. hatching and cross-hatching. This is the reason why I chose to draw Alice using hatching: she is a Victorian character, her essence is out of today’s time. Thus, she appears as an old, grimy drawing amidst an explosion of paint, watercolor, vectors and digital colors.
Estética
Toda a estética foi baseada no visual da era vitoriana. Foi uma época conhecida pelo uso indiscriminado de ornamentos. Objetos, arquitetura e os interiores eram misturas de estilos muito diversos. Tentando sintetizar, encontrei as seguintes constantes: muitas linhas geométricas, muitas linhas orgânicas, e em ambos os casos, muitas linhas paralelas. As ilustrações da época também mostravam linhas paralelas, sob a forma de hachuras. Representei a Alice com hachuras por isso: ela é um personagem de contexto vitoriano, sua essência está longe dos dias de hoje. Ela aparece como um desenho velho, encardido, em meio a uma esplosão de tintas, aquarelas, vetores e cores digitais.
Dropcaps
The curvy and straight parallel lines – my way of representing the Victorian context – are all around in the book. There are always masses of flowing, colorful paralell lines. Even on the dropcaps I created to open each chapter, as seen above.
Capitulares
As linhas paralelas, retas ou curvas – minha forma de representar o contexto vitoriano oculto- estão por todo o livro. Há sempre massas coloridas de linhas sinuosas e paralelas. Inclusive nas capitulares, que desenvolvi para abrir cada capítulo, que você vê acima.
The other set of dropcaps shown above is a tribute to Carroll’s original manuscript. I mixed blue and red blackletter typefaces with hand drawn ornaments to reference his own way of decorating text.
Este outro conjunto de capitulares acima é uma homenagem ao manuscrito original de Carroll. Misturei fontes blackleter azuis e vermelhas com ornamentos desenhados à mão, fazendo referência ao modo dele de decorar o texto.
À esquerda, páginas do manuscrito (em inglês, letra cursiva) e páginas do meu livro, inspiradas nele.
To the left: pages from the manuscript (in English, cursive writing) and a few from my book, inspired on it.
Why is a raven like a writing desk?
Below is a fusion of several illustrations I did for the book. One can see the far-fetched style of Victorian furniture on the body of the Writing-desk-Crow, as well as the profusion of curves, which were about to become a staple in the forthcoming movement of Art Nouveau.
Por que o corvo parece uma escrivaninha?
Abaixo, uma junção de várias das minhas ilustrações para o livro. Vale notar o estilo rebuscado da mobília vitoriana presente no corpo do corvo-escrivaninha, e a profusão de curvas, que viriam a se solidificar no Art-Nouveau, movimento que estava para nascer nesta época.
THE AMBIGRAM
The idea of an ambigram logo came from Lewis Carroll’s personality itself. Aside from being an author, was also a mathematician and inventor. Carroll apparently had a fascination for all things symetrical – despite the fact that his own face was not an example of symetry. His tales are filled with symetrical elements, e.g the Tweedledum e Tweedledee twins, or the fact that Alice goes through a mirror on the second tale, finding a kind of reverse-world there.
O AMBIGRAMA
A idéia de fazer uma marca de ambigrama para o livro veio da personalidade de Lewis Carroll, que era, além de escritor, matemático e inventor. Lewis tinha um aparente fascínio por tudo que é simétrico – ainda que seu próprio rosto não fosse um exemplo de simetria. Suas histórias estão permeadas de elementos “simétricos”, por exemplo, os gêmeos Tweedledum e Tweedledee, ou mesmo o fato de Alice atravessar um espelho, em seu segundo conto, e encontrar lá um mundo às avessas.
Above, on the left: you’ll never be able to tell which side is up! On the right: another tribute to Carroll’s playful nature. A small flipbook animation goes through the entire book. The hearts symbol appears for the first time exactly when the Queen’s chapter starts.
Acima, à esquerda: você nunca saberá qual lado está para cima! À direita: um tributo à natureza lúdica de Carroll. Um flipbook acompanha todo o conto. O símblo de copas surge pela primeira vez exatamente quando o capítulo da rainha começa.
LAST WORDS
A NEW BOOK HATCHES (OR RATHER CROSS-HATCHES)
EPILOGUE
This project’s first incarnation was born as a prototype, printed in 2007, to be shown at the degree-completion assignment presentation. It won me a score of 100. Later on, working at an advertising agency in 2010, I conquered the patronage of my employer, who funded this book’s publishing, a simple but cool edition, on a small quantity. I still look forward to publish newer and better editions of it, though!
EPÍLOGO
A primeira encarnação deste projeto nasceu em 2007, um protótipo que imprimí para a apresentação de conclusão de curso. Ele me ganhou uma nota 100. Mais tarde, trabalhando em uma agência de publicidade em 2010, conquistei o patrocínio de meu empregador, que financiou a publicação de uma edição simples e bonita, em pequena tiragem. Porém, ainda adoraria a possibilidade de publicar mais e melhores edições!
Entrevista sobre o livro
INTERVIEW ABOUT THE BOOK
concedida à Rede Minas, circa 2010
THANKS FOR READING. AND THANKS TO…
My wife, (girlfriend at that time!) for helping me translate the text, and my mother and aunt, for letting me use their house space for book storage. Also, I thank the design teacher who was my project advisor at the time, Thiago Colares, and 2Pontos Widebusiness for the first edition sponsorship.
OBRIGADO POR LER. E OBRIGADO…
À minha esposa (na época, namorada!) pela ajuda traduzindo o texto, e à minha mãe e a minha tia, por deixarem eu usar espaço em sua casa para guardar os livros. Agradeço ainda ao professor de design que orientou meu projeto, Thiago Colares, e à 2Pontos Widebusiness por patrocinar a primeira edição.